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A Luta para Ser Quem Somos

"Nenhuma dor é tão mortal quanto a da luta para sermos nós mesmos." A frase de Ievguêni Vinokurov nos convida a refletir sobre a profundidade e a complexidade da busca por autenticidade. Em um mundo onde somos constantemente pressionados a nos adaptar, conformar e atender às expectativas alheias, a luta para sermos quem realmente somos pode ser uma jornada solitária e dolorosa. Essa luta não é apenas externa, contra as forças sociais que nos moldam, mas também interna, contra nossas próprias resistências, medos e inseguranças.


Desde cedo, somos socializados para nos encaixarmos em determinados papéis, valores e normas. A família, a escola, a sociedade como um todo nos impõem regras sobre como devemos ser, pensar e agir. Ao longo do tempo, vamos absorvendo essas expectativas, muitas vezes em detrimento daquilo que somos de verdade. Nesse processo, o verdadeiro eu vai se escondendo, sufocado pelas máscaras que usamos para sobreviver no mundo. O conflito surge quando, em algum momento, sentimos que essas máscaras já não nos servem mais e que viver conforme as expectativas alheias está nos distanciando de nossa essência.


A dor dessa luta é intensa porque desafia o que há de mais profundo em nós: nossa identidade. A busca por autenticidade exige coragem para enfrentar o medo da rejeição, da crítica e da solidão. Muitas vezes, somos levados a acreditar que, ao sermos nós mesmos, não seremos aceitos ou amados. Esse medo é paralisante e pode nos impedir de viver de forma plena e verdadeira. A dor de negar a si mesmo, no entanto, é ainda maior. Viver de acordo com uma versão falsa de quem somos nos conduz a uma vida de frustração, vazio e desconexão.


Além disso, a luta para sermos nós mesmos nos coloca em confronto direto com nossas próprias fragilidades e imperfeições. Ao nos despirmos das máscaras e enfrentarmos nossa essência, somos obrigados a lidar com as partes de nós que evitamos, nossos medos, falhas e vulnerabilidades. Esse confronto pode ser assustador, mas é essencial para o crescimento pessoal e a verdadeira liberdade.


Vinokurov nos lembra que essa dor, embora intensa, é uma das mais necessárias. A luta para sermos nós mesmos é, paradoxalmente, o caminho para a liberdade, a aceitação e a plenitude. Mesmo que dolorosa, é uma jornada que vale a pena, pois só ao sermos fiéis a quem realmente somos é que podemos encontrar sentido em nossa existência e viver de forma autêntica e significativa.


Texto escrito pelo Psicanalista Celso Araújo


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©2022 por Flora Dominguez

e Celso Araújo

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