Doenças autoimunes - Quando o Corpo Diz Não
- Flora Dominguez
- 15 de nov. de 2022
- 11 min de leitura
Atualizado: 16 de nov. de 2022
Exatamente a sete anos atrás, na minha pré-menopausa, comecei a ficar doente com frequência. Era uma mulher bem ativa e o desânimo começou a tomar conta de mim. Meus pés estavam cheios de chagas, mas achava que era apenas alergia. Mas quando apareceram aquelas feridas na minha cabeça, percebi que algo estava muito errado com meu corpo. Elas não eram apenas superficiais - havia algo acontecendo com meu corpo e ele estava me enviando mensagens.
No dia em que recebi o diagnóstico de psoríase, parecia que tinham me arrancado o chão. Minha mão esquerda estava coberta por uma ferida enorme, minhas costas tinham várias placas grandes e ardiam, e eu sentia uma coceira desesperadora. Nos meus quadris tinha duas enormes placas, no bumbum, na orelha, no umbigo, dentro do ouvido e era tantas informações naquele momento.
A minha pergunta para a dermatologista foi: Tem alguma explicação de como adquiri a psoríase? Ela me respondeu: Sua genética e seu emocional. Embora eu já estivesse numa fase de paz e tranquilidade emocional, não foi sempre assim. Durante anos lutei com problemas de autoestima, ansiedade e depressão. Quem já leu meu primeiro livro, "A mulher que amou demais", sabe que sou uma ex-codependente emocional. Isso significa que eu costumava lidar com minhas emoções de maneira muito intensa e isso me prejudicou bastante. Vivendo assim, sempre no limite, isso acabou afetando negativamente minha saúde em todos os níveis.
Nesse artigo falarei sobre as doenças autoimunes e a saúde mental.

O que é uma doença autoimune?
Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico do corpo é ativado para atacar tecidos saudáveis. Esses ataques podem resultar em danos nos órgãos e outros tecidos, o que pode causar uma variedade de sintomas. A saúde mental também está intimamente ligada às doenças autoimunes. O estresse crônico, por exemplo, pode desencadear um ataque imune e agravar os sintomas de uma doença autoimune existente. Além disso, as pessoas com doenças autoimunes podem experimentar depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental devido ao impacto da doença no seu bem-estar geral.

Mente & Corpo
Sem dúvida, existe uma conexão entre a mente e o corpo. Isso significa que o nosso estado mental (por exemplo, o nosso humor) pode afetar o nosso estado físico e vice-versa. Por exemplo, se estamos tristes ou ansiosos, isso pode afetar a forma como nos sentimos fisicamente - podemos ficar doentes mais facilmente, porque o nosso sistema imunológico fica enfraquecido. Da mesma forma, se estamos doentes, isso pode afetar a forma como pensamos e nos sentimos - podemos ficar deprimidos ou ansiosos.
O corpo responde a um perigo real ou percebido através do "lutar ou fugir". Quando ocorre uma ameaça, o sistema nervoso simpático é ativado e dispara uma resposta automática que prepara o corpo para lutar ou fugir. Essa resposta inclui aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas, contração dos músculos e secreção de adrenalina.
A relação entre emoções e doenças é muito complexa. As emoções podem influenciar o modo como o corpo se sente, funciona e reage a certas substâncias. Algumas condições médicas, por outro lado, podem afetar diretamente as emoções. Ainda assim, há uma interação bidirecional entre as duas: as emoções podem desencadear certos sintomas físicos e as doenças podem causar alterações na forma como nos sentimos.
O campo da psiconeuroimunologia (PNI) estuda as formas pelas quais o sistema imunológico e o sistema nervoso se comunicam, bem como o impacto que essa interação tem na saúde. Durante muito tempo, acreditava-se que esses dois sistemas eram independentes, mas pesquisas recentes mostraram que há uma relação complexa entre os dois. A PNI investiga a maneira como o estresse afeta a saúde através da interação dos sistemas imune e nervoso. Estudos têm demonstrado que o estresse crônico pode levar à diminuição da função imune, aumentando assim o risco de doença. O estresse também pode desencadear uma variedade de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão. Embora muitos aspectos da PNI permanecem inexplorados, os pesquisadores esperam que ela possa um dia fornecer insight valioso sobre como prevenir e tratar vários problemas de saúde mentais e físicos.
Os cientistas sabem que o estresse causa uma reação em cadeia de respostas biológicas. Isso acontece porque quando você fica estressado, seu corpo libera hormônios do estresse, como a adrenalina e o cortisol. Esses hormônios aumentam sua taxa cardíaca e pressão arterial, preparando-o para lidar com a ameaça percebida. No entanto, se você permanecer estressado por longos períodos de tempo, essas respostas fisiológicas do estresse podem causar danos às suas células e tecidos. Além disso, o estresse crônico pode afetar negativamente o seu sistema imunológico, tornando-o mais suscetível a doenças. Por isso, é importante aprender a gerenciar o seu nível de estresse para manter um bom funcionamento do seu corpo e evitar problemas de saúde no futuro.
As pessoas expostas a diversos tipos de estresse podem apresentar alterações no seu sistema imunológico. Essas alterações podem afetar a capacidade do organismo de lidar com infecções e doenças, tornando-se mais suscetível a elas. Além disso, o estresse crônico pode levar à diminuição da produção de células T, um tipo importante de célula imune que auxilia o corpo na luta contra bactérias e vírus. A pesquisa sobre este assunto é ainda relativamente nova, mas os especialistas acreditam que o estresse pode ter um impacto significativo na saúde imunológica das pessoas. É importante notar, no entanto, que nem todo mundo responde da mesma forma ao estresse e que algumas pessoas podem ser mais susceptíveis aos seus efeitos do que outras.
“Não há nada na mente que já não tenha passado antes pelos sentidos”.
Aristóteles
Estresse afeta o corpo de maneiras profundas
"Dr. Gabor Maté diz em seu site: Muito mais do que um transtorno emocional, o estresse é uma ampla sequência de eventos fisiológicos envolvendo praticamente todos os órgãos do corpo. Isso quer dizer que o estresse não é apenas uma questão mental ou emocional, mas também afeta nosso corpo de maneiras muito profundas."
O estresse crônico pode ter efeitos devastadores na saúde, desde aumentar o risco de doenças cardíacas e diabetes até comprometer o funcionamento do sistema imunológico. É importante entender como o estresse afeta nosso corpo para podermos tomarmos medidas para minimizar seus efeitos negativos.
"Os principais gatilhos psicológicos para o estresse fisiológico são perda de controle, incerteza e conflito."
Dr. Gabor Maté
Isso quer dizer que quando sentimos que estamos perdendo o controle de uma situação, ou que não temos certeza do que vai acontecer, isso pode causar estresse no nosso corpo. O conflito também pode ser um gatilho, especialmente quando estamos envolvidos em algo que é importante para nós e nos sentimos divididos quanto ao melhor curso de ação a seguir.
"O estresse no trabalho tem sido implicado em muitas condições, desde infecções e dores nos músculos e articulações até esclerose múltipla, pressão alta e doenças cardíacas e condições mentais, como depressão e ansiedade."
Dr. Gabor Maté
Isso significa que o gerenciamento do estresse no local de trabalho pode ter um impacto significativo na saúde dos funcionários. Felizmente, existem algumas técnicas simples que as empresas podem implementar para ajudar os seus funcionários a lidar com o estresse laboral. Por exemplo, oferecer programas de treinamento para ensinar as habilidades de gerenciamento do estresse, proporcionando flexibilidade quanto às horas de trabalho e criando um ambiente de trabalho positivo e acolhedor podem fazer toda a diferença.

O corpo diz NÃO
(...) Dr. Gabor Maté diz em seu livro "Quando o corpo diz não: o custo do estresse oculto": Quando ela começou a falar, foi uma revelação. Por trás de seus modos mansos e tímidos havia um vasto estoque de emoções reprimidas. Mary havia sido abusada quando criança, abandonada e transportada de um lar adotivo para outro. Ela se lembra de se encolher no sótão aos sete anos de idade, embalando suas irmãs mais novas nos braços, enquanto seus pais adotivos bêbados brigavam e gritavam lá embaixo. “Eu estava com tanto medo o tempo todo”, ela disse, “mas aos sete anos de idade eu tinha que proteger minhas irmãs. E ninguém me protegeu.” Ela nunca havia revelado esses traumas antes, nem mesmo para o marido de vinte anos. Ela aprendera a não expressar seus sentimentos sobre nada a ninguém, inclusive a si mesma. Ser auto-expressiva, vulnerável e questionadora em sua infância a colocaria em risco. Sua segurança consistia em considerar os sentimentos dos outros, nunca os dela. Ela estava presa no papel imposto a ela quando criança, sem saber que ela mesma tinha o direito de ser cuidada, de ser ouvida, de ser considerada digna de atenção. Mary se descreveu como incapaz de dizer não, assumindo compulsivamente a responsabilidade pelas necessidades dos outros. Sua maior preocupação continuou sendo o marido e os filhos quase adultos, mesmo com o agravamento da doença. Seria a esclerodermia a maneira de seu corpo finalmente rejeitar esse dever abrangente? Talvez seu corpo estivesse fazendo o que sua mente não podia: jogando fora a expectativa implacável que havia sido imposta inicialmente à criança e agora era auto-imposta no adulto - colocando os outros acima de si mesma. Sugeri isso em meu primeiro artigo como colunista médico do The Globe and Mail em 1993. “Quando somos impedidos de aprender a dizer não”, escrevi, “nossos corpos podem acabar dizendo isso por nós”. Citei parte da literatura médica que discute os efeitos negativos do estresse no sistema imunológico."
Trecho do livro do Dr. Gabor Maté
"Uma lição importante da teoria da relatividade de Einstein: a de que a posição de um observador influenciará o fenômeno observado e afetará os resultados da observação."
Trecho do livro de Dr. Gabor Maté: "Quando o corpo diz não: o custo do estresse oculto"
Isto quer dizer que, se alterarmos a forma como olhamos para um determinado evento ou objeto, poderemos afetar os resultados da nossa observação. Por exemplo, imagine que estamos observando uma estrela em movimento. Se estivermos em repouso em relação à estrela, veremos que ela se move através do espaço. No entanto, se nos movemos junto com a estrela, ela parecerá parada em relação a nós. A teoria da relatividade explica este efeito através do conceito de referenciais inerciais: só podemos considerar um corpo em movimento se tivermos um referencial inercial (isto é, um sistema de coordenadas no qual o corpo não tem força agindo sobre ele). Logo, a forma como percebemos um objeto depende do referencial inercial no qual nos encontramos.
Seria uma divisor de águas para você, que tem doença autoimune, ler esse livro de Dr. Gabor Maté e fazer terapia para diminuir o estresse e aprender a lidar com ele. Essa seria uma forma de diminuir as chances da doença se agravar e afetar sua qualidade de vida. Além disso, a terapia pode te ajudar a entender melhor como lidar com o estresse, minimizando seus sintomas.

Fazer terapia diminui o estresse?
A terapia pode ser extremamente útil para diminuir o estresse. Ela pode ajudar a identificar as fontes de estresse e te ensinar técnicas para lidar com ele. A terapia também pode fornecer um espaço seguro para expressar sentimentos e emoções, o que pode aliviar o estresse.
Quais o benefícios da terapia?
A terapia é um processo de cura e autoconhecimento que pode trazer muitos benefícios para a sua vida. Existem diversas formas de terapia, cada uma com seus próprios métodos e objetivos. No entanto, todas as formas de terapia têm como objetivo final ajudar as pessoas a melhorarem sua vida e serem mais felizes. A terapia pode ajudar as pessoas a lidarem com problemas emocionais, relacionamentais e comportamentais. Também pode ser útil para tratar condições médicas ou mentais, como depressão ou ansiedade. Algumas pessoas usam a terapia para explorar questões existenciais ou espirituais. Outras simplesmente buscam um lugar seguro para expressar seus sentimentos e pensamentos. Independentemente do motivo pelo qual você procura por terapia, ela poderá oferecer inúmeros benefícios. Aqui estão 7 razões pelas quais você deve considerar a terapia:
1) A terapia pode ajudá-lo a lidar com o estresse e a ansiedade. Ela também pode ajudá-lo a identificar as suas emoções e os seus pensamentos, assim como aprender novas formas de lidar com elas. Durante as sessões, você discutirá os seus problemas atuais e tentará encontrar soluções para eles. À medida que for trabalhando nas suas questões, você poderá notar uma melhora na sua capacidade de lidar com o estresse e a ansiedade.
2) A terapia pode ajudá-lo a compreender e resolver conflitos em sua vida, proporcionando um espaço seguro para expressar seus sentimentos e pensamentos. A terapia também pode fornecer insights e orientação sobre como lidar com problemas atuais ou futuros. Durante as sessões, você aprenderá técnicas que podem ser usadas para gerenciar o estresse, melhorar as relações e enfrentar os desafios da vida.
3) A terapia pode ensinar-lhe habilidades para lidar com problemas futuros. Ela pode ajudá-lo a identificar os seus padrões de pensamento e comportamento, bem como as suas crenças e valores. Também pode aprender técnicas de gestão do stress e de resolução de problemas. Terapeutas experientes podem dar-lhe insights sobre si mesmo e sobre a forma como aborda os seus problemas. Isso pode ajudá-lo a lidar melhor com os desafios da vida no futuro.
4) A terapia pode te ajudar a lidar com os problemas que estão afetando sua autoestima e seu senso de bem-estar. Ela pode te dar insights sobre o que está causando esses sentimentos negativos, e também te ensinar técnicas para lidar com eles. Além disso, a terapia pode te ajudar a reconhecer seus pontos fortes e construir um senso mais positivo de si mesmo.
5) A terapia pode ensinar-lhe técnicas para lidar com problemas de saúde mental, como depressão ou transtornos alimentares. Alguns exemplos de técnicas que podem ser abordados em terapia incluem a regulação do humor, a gestão do estresse e da ansiedade, bem como técnicas de relaxamento. Aprender a lidar com esses problemas pode ajudá-lo a levar uma vida mais saudável e feliz.
6) A terapia pode ser um lugar seguro para expressar seus sentimentos e pensamentos sem medo de julgamento ou crítica. Aqui, você poderá explorar suas emoções e experiências de uma forma nova e mais profunda, o que pode ajudá-lo a compreender melhor a si mesmo e às outras pessoas. Além disso, a terapia também pode fornecer um espaço para aprender novas habilidades para lidar com os problemas da vida.
7) A terapia pode ser um espaço seguro para você explorar questões difíceis em sua vida, como relacionamentos, sexualidade, raiva ou perda. Você poderá falar sobre suas experiências e sentimentos sem medo de julgamento ou crítica. O objetivo da terapia é ajudá-lo a compreender e lidar melhor com esses problemas, de modo que possa viver uma vida mais plena e satisfatória.

Conclusão:
As doenças autoimunes são um grupo de condições médicas que afetam o sistema imunológico, ou seja, a maneira como o nosso organismo defende-se contra as bactérias e vírus. Estas doenças podem comprometer gravemente a qualidade de vida dos pacientes, uma vez que podem causar sintomas incapacitantes. As doenças autoimunes representam um grande problema de saúde pública. Acometem milhões de pessoas em todo o mundo e, infelizmente, ainda há muito que desconhecemos sobre elas. O que sabemos é que elas são doenças crônicas e degenerativas que podem comprometer gravemente a qualidade de vida dos pacientes. A ciência já demonstrou que o estresse crônico causa alterações no sistema imune, o que pode levar à manifestação de doenças autoimunes.
A saúde mental é uma questão importante para todos, mas especialmente para aqueles que sofrem de doenças autoimunes. Muitas vezes, as pessoas com doenças autoimunes enfrentam um enorme desafio não apenas físico, mas também emocional e psicológico. A luta contra a doença pode ser extremamente estressante e isolante, o que pode levar a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade.
É importante ter consciência da importância da saúde mental em todas as etapas da vida, mas especialmente durante os períodos de maior estresse. Se você sofre de uma doença autoimune, fale com seu médico sobre sua saúde mental e busque ajuda se necessário. Existem muitos recursos disponíveis para ajudar as pessoas a lidarem com esses problemas complexos. Não hesite em procurar ajuda se precisar; cuidar da sua saúde mental é tão importante quanto cuidar da sua saúde física.
Quando se trata de manter uma mente sã e um corpo saudável, lembre-se sempre desta importante máxima: Mente sã, corpo saudável. Essas duas coisas andam juntas e, se você quer ter sucesso em manter uma boa saúde geral, precisa cuidar bem de ambos.
Uma das maneiras mais eficazes de cuidar da sua saúde mental é fazendo terapia e praticando a atividade física regularmente. Exercitar-se faz maravilhas para o seu humor, nível de energia e capacidade de relaxamento; além disso, ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. Também é importante comer uma dieta balanceada e nutritiva, pois isso pode ter um impacto significativo na sua disposição geral e bem-estar. Outras medidas que podem ser tomadas para promover uma mente sã incluem dormir o suficiente todas as noites, evitar o uso excessivo de substâncias prejudiciais (como álcool ou drogas) e passar tempo diariamente em atividades que lhe dão prazer.
Flora Dominguez
Você está debilitado por causa de uma doença autoimune? Essa doença tem afetado seu psicológico? Nós podemos ajudá-lo a lidar com o impacto da doença autoimune em sua vida. A terapia pode ajudar você a gerenciar os sintomas da doença, além de lidar com qualquer ansiedade ou depressão que possa estar sentindo.
Entre em contato conosco hoje para agendar uma consulta. Nós estamos aqui para apoiá-lo durante todo o processo de tratamento da sua doença.
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