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"Promessas Desfeitas: A Efemeridade dos Amores de Palavra"

No tecido do amor, há homens que se comportam como crianças em frente a um espelho mágico: encantam-se com a imagem de um romance perfeito, prometem estrelas, mares e o eterno, mas ao menor sinal de que o amor exige mais do que palavras, desaparecem, deixando para trás não apenas promessas, mas corações partidos.

Esses homens são como nuvens no céu de verão: volumosos, prometendo chuvas que farão brotar jardins, mas que, ao sopro do vento, se dissipam antes de cumprir o que o olhar esperançoso do agricultor deseja. Eles passeiam pelo universo feminino deixando rastros de esperanças que logo se transformam em desilusões.


Amam a ideia de amar, não a mulher de carne e osso. Idealizam uma companheira que não existe, uma tela onde projetam suas fantasias. Quando confrontados com a realidade de que o amor é um terreno onde também se plantam deveres e se colhe responsabilidades, escolhem a rota de fuga.

O coração de uma mulher não é brinquedo, nem o amor é jogo de menino que, ao findar a tarde, abandona o campo de suas brincadeiras. O amor verdadeiro é um construir diário, um compor de uma música que se deseja eterna. Mas a eternidade é tecida com a fibra da constância, não com o fio da ilusão.


O que move esses homens é o desejo da conquista, não a celebração da convivência. A alegria de colher a flor, sem o compromisso de cuidar do jardim. E quando a flor murcha, como é de seu ciclo natural, partem em busca de novos jardins, deixando para trás o que poderia ter sido um belo cultivo.


Mas o amor não deveria ser assim. Não é uma corrida onde se abandona o outro na pista, é uma caminhada de mãos dadas, onde o passo de um espera pelo passo do outro. O amor pede permanência, paciência, presença. Pede um olhar que se detém, que observa, que se compadece com as imperfeições e que se alegra com as pequenas conquistas do dia a dia.

Aos homens que prometem e não cumprem, falta-lhes entender que a palavra amor é sagrada e que, como numa missa, não deve ser pronunciada em vão. E às mulheres que foram deixadas na estacada, cabe o aprendizado de que é melhor estar sozinha do que na companhia de quem não sabe o valor de uma promessa. É um processo doloroso, mas necessário para reconhecer que um amor verdadeiro é feito de presenças, não de promessas vazias.


Texto escrito pela Psicanalista Flora Dominguez


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©2022 por Flora Dominguez

e Celso Araújo

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